sábado, 17 de novembro de 2012

Psicodelia psicodélica

Psicodelia vem do grego psike (alma) + delos (manifestação). 
No meu caso deveria vir do grego psike (café) + delos (exagero).

Psicodelia.

Um corvo vestido de fada vai visitar sua avó que, pasmém, é uma urubu.

Qual será o motivo da visita? Parece que o corvo suspeita que é adotado. Sua mãe morreu num acidente de carro. Ela era uma urubu que adorava a vida. Adorava a morte também, já que era seu alimento.


É tudo muito psicodélico.


O corvo está confuso com sua identidade. Não sabe se é uma fada que devia ajudar as pessoas ou um simples corvo que deveria voar feliz por todo canto alegrando os amantes de corvos. Não sabe nem se deveria ser mesmo um corvo... Toda sua família é composta por urubus.

O corvo está confuso com a vida. Não sabe direito o que fazer dela nem como usá-la. Não sabe nem se deveria mesmo viver... Toda sua vida foi muito psicodélica.

Qual será o motivo de sua vida? Parece que o corvo suspeita que tem algo a fazer. Descobrir sua identidade é o primeiro passo para descobrir o que deve fazer. É o que corvo pensa. Se ele pensa e acredita nisso, podemos considerar como a verdade. Pelo menos para ele é a verdade, e para ele é o que importa. A verdade é dele, a vida é dele.

O que é a verdade?



É tudo muito psicodélico.




Interrogando a velha urubu o corvo não descobre muita coisa.

A velha urubu sofre de transtorno bipolar. Hoje ela está muito agressiva. Mandou seu neto ir comer dejetos enquanto apontava uma arma de fogo.

O corvo não se chateia com isso. Sabe que sua avó é muito especial. Ela foi uma grande artista. Pintou muitos quadros, escreveu livros e ditou regras sociais. Ela sabe das coisas.

Não é a primeira vez que ela ameaça alguém com uma arma de fogo. Ela, que sabe das coisas, devia saber que isso não é muito bem visto na sociedade vigente.

Ah esses urubus...



É tudo muito psicodélico.



O corvo resolveu se resolver sozinho. Pedir ajuda não deu certo.

Não deu certo de acordo com que parâmetros?

O corvo pensava em sua identidade, em sua vida... Voava e apreciava as paisagens que passava...

O corvo se percebeu desligado de seus questionamentos de identidade. Percebeu que não importava. Ele não tinha que saber quem era, afinal, nada existe mesmo. Ele não existe porque o mundo mesmo não existe.

O que existe é um interpretação pessoal de mundo de cada indivíduo. Ele percebeu que podia ser o que quisesse já que não fazia a menor diferença. Nada existe.



É tudo muito psicodélico.

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